terça-feira, 13 de setembro de 2011

Copa vai movimentar R$ 10 bilhões em negócios no Estado

Levantamento divulgado pelo Sebrae identificou 456 oportunidades para micro e pequenas empresas de São Paulo
A Copa do Mundo de 2014 vai gerar oportunidades para 300 mil micro e pequenas empresas paulistas. Juntas, elas devem movimentar R$ 10 bilhões em negócios até o final do evento. Só na capital, serão 111 mil empresas beneficiadas. A estimativa é de um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e divulgado nesta segunda-feira, 12, pelo Sebrae. O levantamento identificou 456 oportunidades de negócios para as micro e pequenas empresas em sete segmentos - agronegócio, madeiras e móveis, têxtil e vestuário, turismo, produção associada ao turismo, serviços e tecnologia da informação. O mercado mais promissor, segundo o estudo, é o de tecnologia da informação, onde foram identificadas 80 chances. Em seguida, aparece o agronegócio, com 75 oportunidades, e turismo e produção associada ao turismo que, juntos, somam 139 chances. Agora, o Sebrae mapeia quais negócios podem dar certo no comércio varejista e construção civil. Nos próximos meses, a entidade divulgará oportunidades também nesses setores. "Acreditamos que na região de Itaquera, no entorno do estádio, existirá forte demanda para a venda de bens e serviços", diz o presidente do Sebrae, Luiz Barretto. O estudo identificou também 103 dificuldades que as micro e pequenas empresas de cada setor enfrentarão até 2014, e aponta 158 sugestões de ações que deverão ser organizadas pelos setores público e privado no Estado de São Paulo para solucionar esses problemas. Gargalos. Entre os principais gargalos estão a burocracia em licitações, a alta carga tributária, falta de formalização do empresário e desconhecimento sobre sustentabilidade e responsabilidade social. "Estamos conversando com grandes companhias para identificar em quais situações a pequena empresa poderia se tornar fornecedora de produtos e serviços. Queremos entender os requisitos necessários para essa parceria e contribuir com essa aproximação", diz Barretto. Até 2013, a entidade vai investir R$ 80 milhões em iniciativas para que os pequenos negócios aproveitem as oportunidades da competição esportiva. O Sebrae vai promover, por exemplo, rodadas de negócios para favorecer o fechamento de contratos e realizar ações para facilitar a formalização dos empreendimentos. O primeiro evento do gênero aconteceu ontem, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo. Na capital, foram realizados seis fóruns para empreendedores dos sete segmentos contemplados pelo estudo conhecerem as oportunidades de cada setor, trocarem informações e realizarem as primeiras negociações. "A Copa já começou e as empresas precisam ter em mente que devem se formalizar e se planejar para aproveitar", afirma o superintendente do Sebrae em São Paulo, Bruno Caetano. André Fernandes, sócio-diretor da consultoria MV Engenharia de alimentos, da cidade de Jundiaí, participou dos fóruns. "Quero entender melhor as necessidades dos meus compradores e as demandas a serem atendidas pelos meus fornecedores", disse o empresário, que espera dobrar o faturamento até 2014. Já o presidente da empresa de tecnologia Núcleo Base, de Presidente Prudente, estava animado com as previsões para o mercado de TI. Desde o início do ano ele participa de um arranjo produtivo local com outras 31 empresas da sua cidade, de olho nas oportunidades geradas pelo Mundial. "Estamos ainda mais otimistas com a possibilidade de Presidente Prudente ser subsede da Copa", diz. O empresários interessados em participar gratuitamente de consultorias, palestras e outros programas promovidos pelo Sebrae podem encontrar mais informações nos escritórios regionais da entidade, no site do Sebrae ou pelo telefone 0800 570 0800. Ligia Aguilhar, de O Estado de S. Paulo

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Oferta de quartos no Rio vai crescer 27% em dois anos

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Abel Castro, diretor de desenvolvimento de novos negócios da Accor: "A demanda no Rio só cresce e nossa aposta é que se manterá porque aqui estão Petrobras e Vale".
O Rio de Janeiro tem hoje 3.548 quartos de hotéis sendo construídos e outros 3.560 em projetos licenciados a serem entregues até dezembro de 2013. O número de habitações deve crescer 26,9% no período, de 26.558 para 33.394. A expectativa da Rio Negócios, agência de promoção da Prefeitura do Rio, é de que este ritmo seja suficiente para atingir a meta de 47 mil quartos, assinada no compromisso com o Comitê Olímpico Internacional (COI) até 2016. A demanda por quartos na cidade cresce de 5% a 7% por ano.

A agência informou que a bandeira Hyatt vai operar um empreendimento de 408 quartos na Barra da Tijuca. Está ainda prevista a construção de três hotéis da rede Windsor e de pelo menos sete da Accor. A equipe da Rio Negócios registra ainda a possibilidade de que sejam anunciados outros 3.198 quartos na cidade.

O Rio de Janeiro é hoje a cidade que tem a maior tarifa média do país. Uma diária no Rio sai, em média, por R$ 281,70, 23, ou 8% acima da cobrada pelo segundo colocado, a cidade de São Paulo, com R$ 227,50. Apesar disso, a ocupação também é a maior do país, com 78,9% em abril deste ano, bem acima dos 71,5% de São Paulo.

"Ninguém sabia ao certo quantos quartos a cidade tinha. Havia dados das associações de hotéis, que só contabilizavam o número de apartamentos de seus associados. Por isso, a primeira medida que tomamos foi, junto a Riotur, fazer uma pesquisa real e chegamos ao números", diz o diretor executivo da Rio Negócios, Marcelo Haddad. "Em seguida, a prefeitura criou uma lei que dá incentivos aos hotéis, fazendo o custo de construção cair 20%".

Houve isenção de Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) durante as obras, de Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) em compra e venda de imóveis destinados ao setor até 2012 e redução de Imposto sobre Serviços (ISS) para 0,5% até 2015 para serviços prestados para construção e reconversão em hotéis. Segundo o executivo, depois que a lei foi aprovada, em 2010, nove novos hotéis foram anunciados.

"Há uma série de redes, inclusive asiáticas, procurando terrenos para se instalar na cidade. O problema é que nas áreas de maior demanda não há espaço", diz o diretor. A própria Rio Negócios tem uma equipe de geógrafos mapeando a cidade, atrás de terrenos disponíveis. "O nosso objetivo é viabilizar a entrada de mais redes".

Para rede Accor, o Rio é, atualmente, a melhor praça do Brasil. A afirmação é de Abel Castro, diretor de desenvolvimento de novos negócios do grupo no Brasil. Além dos sete hotéis já anunciados, a empresa planeja mais quatro, dois deles no Shopping Nova América, em Del Castilho, Zona Norte, e um em Botafogo. O quarto ainda está sendo negociado e provavelmente será no Centro da cidade. "Independentemente de Olimpíadas e Copa do Mundo, já tínhamos decidido investir forte no Rio. É uma cidade em que a oferta está reduzida e a demanda não para de crescer", explica o diretor da Accor. Das marcas já anunciadas, serão seis Ibis, dois Novotel e um Mercure.

"A demanda no Rio só cresce e nossa aposta é que se manterá porque aqui estão empresas como Petrobras e Vale. Além disso, ainda há muito crescimento por conta do polo petroquímico de Itaboraí e a siderúrgica de Itaguaí". O executivo da Accor destaca que todos querem ficar na capital.

Castro reconhece que a forte demanda imobiliária no Rio está fazendo os terrenos ficarem caros. "Mesmo onde ainda há terrenos, como na Barra, os preços estão altos". Mas revela que, como o grupo está há 35 anos no mercado do Rio, consegue praticar margem de lucro menor -- mesmo assim, ela é 22% maior do que a de São Paulo.

Depois da inauguração do Pullman (bandeira para hóspedes de 30 a 60 anos, viajando a negócios), em São Paulo, o grupo planeja trazer a marca para o Rio. "Faz todo sentido. E na cidade há pouquíssimas opções para este público".

Rafael Guaspari, presidente da Atlantica Hotels, concorda que há carência de hospedagem na cidade e que o mercado está muito atrativo. Mas revela que o sonho de todo investidor é estar na Zona Sul ou no máximo no Centro e não na Barra da Tijuca. "Dinheiro não falta. O que faltam são terrenos". Para fugir disso, a empresa investe em hotéis fora do Centro. Fará três na Baixada Fluminense, dois em Duque de Caxias e um em São João de Meriti e três na grande Niterói, um em Itaguaí e dois em Itaboraí. "Nosso objetivo é ficar mais próximo dos polos de crescimento industrial do petróleo".
Valor 01.7.2011

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Maioria das obras da Copa ainda está no papel

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As obras de infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014 ainda demoram a sair do papel. Segundo acompanhamento do Ministério do Esporte, apenas 19 das 82 obras previstas em estádios, transporte urbano, aeroportos e portos foram iniciadas. O atraso maior ocorre nos portos, onde nenhum dos projetos está em execução.

Os dados foram apresentados pelo coordenador das câmaras temáticas do Ministério do Esporte, Joel Fernando Benin, em audiência pública promovida ontem em São Paulo pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) e pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo (Crea).

Estão previstos R$ 741 milhões em investimentos para melhoria de sete portos até 2014 - Santos (SP), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Fortaleza (CE), Salvador (BA), Natal (RN) e Manaus (AM). O processo mais adiantado é o de Manaus, em fase de licitação. Em 2010, porém, o início das obras no porto era esperado para o primeiro semestre de 2011. Os demais projetos estão sendo elaborados.

Para mobilidade urbana, área que deve receber R$ 11,9 bilhões de investimentos em 50 projetos, o cenário também não é muito animador. Somente quatro obras já foram iniciadas, em Belo Horizonte, Cuiabá, Recife e Rio de Janeiro.

Dos 13 aeroportos localizados em cidades-sede da Copa, as obras de ampliação estão em andamento em cinco deles - Brasília, Natal (RN), Rio de Janeiro, Guarulhos (SP) e Campinas (SP). Apesar de já ter sido iniciada, a obra no aeroporto de Natal é a que deve demorar mais tempo para ficar pronta: agosto de 2014. O total de investimentos da Infraero nos 13 aeroportos até 2014 é de R$ 5,6 bilhões.

As obras devem preparar a estrutura aeroportuária para a demanda do evento. Apenas nos dois meses de duração da Copa, a Infraero calcula que o aumento de passageiros nos 13 aeroportos será de até 1,2 milhão de pessoas nos voos internacionais, e de até 1,5 milhão em viagens domésticas.

Em relação aos estádios, somente as cidades de São Paulo e Natal ainda não começaram as obras.

Segundo Pedro Benventura, coordenador da Secretaria de Planejamento do Estado de São Paulo, os projetos paulistas de infraestrutura são os mesmo já programados antes de haver a Copa nos planos. A única diferença é haver uma maior mobilização para a execução. "Devido ao evento, há um movimento maior até para a concessão de financiamentos, o que ajuda a agilizar os projetos", diz.

A linha 17-Ouro, que fará a ligação do aeroporto de Congonhas à rede de metrô paulista, já foi licitada mas a assinatura do contrato está impedida por uma liminar. O acesso ao aeroporto de Guarulhos, por sua vez, deve ser garantido com linhas de ônibus especiais até o metrô Itaquera, segundo Alberto Lauletta, assessor da Secretaria de Desenvolvimento Urbano da prefeitura de São Paulo. Os dois projetos estaduais de ligação ferroviária com o aeroporto de Guarulhos - o Expresso Aeroporto e o Trem de Guarulhos - estão parados aguardando o resultado da licitação do Trem de Alta Velocidade Rio-São Paulo, obra do governo federal.

Apesar dos atrasos nas obras para a Copa, Marcos Túlio de Melo, presidente do Confea, se diz otimista sobre o alcance dos resultados. "Tenho certeza de que vamos conseguir cumprir os prazos", diz.

A Copa do Mundo de 2014 deve gerar um impacto econômico direto no Produto Interno Bruto (PIB) do país de R$ 47 bilhões, de acordo com previsão do Ministério do Esporte. A arrecadação de tributos relacionados as atividades do evento esportivo é estimada em R$ 16,8 bilhões até 2014.

A geração de empregos permanentes impulsionada pelo evento no período de 2009 a 2014 deve ser de 332 mil vagas. Também é prevista a geração de 381 mil empregos temporários apenas em 2014.
Valor 22.6.2011

terça-feira, 14 de junho de 2011

Financiamento do BNDES para hotéis deve dobrar e chegar a R$ 2 bilhões

O superintendente da Área de Inclusão Social do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Ricardo Luiz de Souza Ramos, afirmou, na última sexta feira que a linha de financiamento para o setor hoteleiro se preparar para a Copa do Mundo de 2014 deve chegar a R$ 2 bilhões. "Mais R$ 1 bilhão deve entrar para financiar não só a reforma e remodelação, como também a construção de novos hotéis", disse Ramos.

O BNDES já tinha lançado, em 2010, uma linha de crédito de R$ 1 bilhão para o setor. Segundo Ramos, as taxas e os prazos dados para os financiamentos vão ser melhores se houver "compromisso ambiental" do empreendimento.

"A maioria dos projetos apresentados até agora é sustentável", ressaltou ele.

A notícia foi dada no seminário "Crescimento Econômico: Investimentos para Copa do Mundo e Olimpíadas", na sede do banco Central do Brasil, no centro do Rio de Janeiro. Entre os projetos que já estão recebendo recursos do banco estão o da reforma do Hotel Glória, de propriedade de Eike Batista, dono da EBX e o homem mais rico do Brasil, e o da construção de mais unidades da rede Ibis, em Copacabana.

Empresas

A boa perspectiva de financiamento e a possibilidade de ampliação do crédito para reforma e adequação de hotéis foram bem recebidas pelos empresários do setor, que já pensam em aumentar as perspectivas de crescimento para os próximos anos.

O presidente da rede portuguesa Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, afirmou que a ação do BNDES vem ao encontro do bom momento econômico do País. "Observado o déficit de leitos que encontramos nas cidades que irão sediar a Copa do Mundo e a quantidade de hotéis que ainda não se enquadram aos padrões necessários, a ação do governo já era esperada, por isso trabalharemos com mais essa margem de financiamento", disse.

O executivo afirmou, ainda, que, dado este novo cenário, novos estudos de ampliação serão realizados. "É uma boa notícia para o setor hoteleiro do Brasil, que vive um momento de ouro para quem já atua no País e tem a atenção de investidores estrangeiros que procuram alternativas de negócios por aqui", completou.

Quanto a as novidades do grupo para os próximos meses, o executivo traz novidades: "Já estamos nos preparando para novos lançamentos", finalizou.
DCI 15.5.2011

sexta-feira, 10 de junho de 2011

BID vai emprestar US$ 9 bilhões para a Copa

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Nos próximos quatro anos, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) vai concentrar até 80% de seus empréstimos reservados ao Brasil para financiar projetos relacionados à Copa do Mundo de 2014 nas 12 cidades-sede do evento. Os desembolsos estrangeiros podem ultrapassar os US$ 9 bilhões nos próximos quatro anos, complementando investimentos da União e dos governos estaduais e municipais.
O colombiano Fernando Carrillo-Flórez, representante do BID no Brasil, revela que a maior parte dos recursos servirá para custear projetos de infraestrutura rodoviária, de transporte público e de saneamento básico. "O BID tem programado até 2014 uma carteira de US$ 10 bilhões a US$ 12 bilhões. Até 80% desse montante será dirigido a iniciativas clássicas de infraestrutura e de saneamento", afirma.

Segundo o executivo, o BID definiu, no ano passado, uma agenda de trabalho com as capitais que sediarão a Copa. Além de infraestrutura, o banco distribuirá recursos para ações governamentais temáticas. "No Rio de Janeiro, vamos investir em programas de segurança pública. Em Manaus, teremos a promoção de ações de sustentabilidade. No Ceará, os empréstimos vão incentivar o turismo local. No Rio Grande do Sul, estamos fechando com o governo um sistema de transparência de gastos. São temas novos e cada experiência local pode ser replicada para outra cidade", explica Carrillo-Flórez.

Ele reconheceu que a maioria dos projetos de infraestrutura para a Copa do Mundo está em ritmo lento, mas descartou riscos que possam prejudicar a realização do evento. "Estou seguro de que as dificuldades serão superadas, percebemos grande vontade política, técnica e gerencial para superar os obstáculos", pondera.

Em 2010, o BID aprovou cerca de US$ 2,2 bilhões para ações em todo o país. Desse total, 20% foram emprestados a governos estaduais e prefeituras que aderiram ao programa do banco conhecido por "Profisco", que exige como contrapartida o aprimoramento da gestão fiscal pública.

Neste ano, o banco vai ajudar a União melhorar a eficiência da máquina pública. Segundo Carrillo-Flórez, a instituição vai atuar como agente de cooperação técnica na Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade, programa federal comandado pelo empresário Jorge Gerdau Johannpeter. "Já aprovamos um programa de gestão para resultados no setor público, com indicadores de eficiência de gastos orçamentários e capacitação de administradores."

Na área de proteção social, o presidente do BID, Luis Alberto Moreno, discutirá com a presidente Dilma Rousseff, no segundo semestre deste ano, como a instituição pode atuar no programa Brasil sem Miséria. "Queremos ser um canal para incentivar o setor privado a gerar oportunidades às classes D e E", adianta Carrillo-Flórez
Valor 10.6.2011

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Estádios da Copa de 2014 impulsionam receitas da Mills

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Para Ramon Vazquez, presidente da MIlls, que investirá R$ 1,1 bilhão entre 2010 e 2012, a "Copa é um ótimo negócio"
Apesar das críticas às construtoras devido ao ritmo de construção e reforma dos estádios para a Copa do Mundo de 2014, a fornecedora de equipamentos e serviços de engenharia Mills já recebe receitas provenientes das obras nas arenas esportivas. Somado a outros projetos de infraestrutura relacionados ao evento, principalmente no setor de transportes, o Mundial é a principal oportunidade da empresa nos últimos anos. "A Copa é um ótimo negócio", resume o presidente Ramon Vazquez.

Só nos cinco estádios onde presta serviços às empreiteiras, a Mills espera faturar até R$ 100 milhões. "Temos uma participação expressiva nessas arenas, porque são obras que usam muito concreto e exigem um serviço de forma e escoramento de peças muito delicado", diz. São eles: Estádio Nacional (Brasília), Arena Pantanal (Cuiabá), Arena Amazônia (Manaus), Arena Fonte Nova (Salvador) e Maracanã (Rio de Janeiro). "Temos interesse em prestar nossos serviços nos outros sete estádios também", diz.

Os eventuais atrasos no cronograma não assustam a empresa. "Estamos falando de grandes construtoras, que têm a experiência adequada para conduzir essas obras. A empresa não corre riscos por isso", garante Vazquez.

Não é só das arenas, no entanto, que a empresa que faturou no primeiro trimestre R$ 145 milhões e espera maior receita, e sim de outras obras de infraestrutura relacionadas à Copa - já que a maior parte do total de investimentos, segundo Vazquez, será feito fora dos estádios, principalmente em serviços de transporte. "Vamos nos beneficiar com as obras para o monotrilho em São Paulo, a linha 5 do metrô paulistano e a construção das vias na cidade para o BRT (sigla para Bus Rapid Transit, ônibus que circulam em via exclusiva e são uma alternativa mais barata ao metrô, em geral)", exemplifica.

Antecipando-se aos negócios gerados principalmente pelo evento, além de outras obras de infraestrutura - como serviços industriais na usina Angra 3 e no terminal portuário da CSN, ambos no Estado do Rio de Janeiro -, a Mills programou um cronograma de investimentos de R$ 1,1 bilhão entre 2010 e 2012. No próximo ano, a maior parte da quantia, aproximadamente R$ 400 milhões, será aplicada principalmente na aquisição de equipamentos. Entre eles, três unidades do que é considerada a maior plataforma aérea do mundo, a da fabricante JLG, usada para levar funcionários a alturas elevadas. Além disso, também foram compradas outras duas unidades da maior plataforma aérea telescópica do mundo - da mesma marca, que atinge 48 metros.

Mas não é só em compra de equipamentos que se baseia a política de expansão da empresa. Em fevereiro, R$ 90 milhões foram usados para comprar 25% de participação da principal concorrente, a Rohr, que no último ano teve receita operacional líquida de R$ 180 milhões e lucro líquido de R$ 20 milhões.

Na Assembleia Geral de acionistas da Rohr, a Mills elegeu um dos três representantes do conselho fiscal. "Estamos abertos a fazer novas aquisições, desde que gere valor e participação que façam sentido a nossos acionistas. Continuamos estudando outras empresas", revela, embora não divulgue detalhes. A alta carga de investimentos no triênio foi impulsionada pelo IPO da Mills, em abril do ano passado, que a capitalizou em R$ 411 milhões.
Valor 26.5.2011

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Vulcabras prepara produção para atender Copa e Olimpíadas no Brasil

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Ao colocar o Brasil na "vitrine" do mundo, já que o País sediará as próximas edições da Copa do Mundo e as Olimpíadas, a Vulcabras , maior indústria de calçados e artigos esportivos da América Latina, se prepara para concorrer com grandes fabricantes do mercado esportivo, o que torna a competição no mercado interno ainda mais acirrada. "Em 2.011, temos importantes desafios a vencer. A grande "vitrine" em que o Brasil está colocado, ampliada pela realização dos importantes eventos esportivos de 2014 e 2016, atrai o interesse dos grandes atores do mercado esportivo e torna a competição nos nossos mercados ainda mais acirrada. A concorrência ganhou especial incentivo com a sobrevalorização do real (que no trimestre valorizou-se mais 3,8%) e com o forte crescimento das importações de calçados (de 66,3% no 1º trimestre de 2011 em dólares, sobre o mesmo período de um ano antes), afirma o presidente Milton Cardoso -

Segundo o executivo, neste ambiente A Vulcabras não quer ceder participação de mercado, como pretende ampliá-la. "Assim nossos programas de redução de custos e aumento de produtividade e de diversificação de nossas bases industriais, anunciados no nosso relatório anual, seguem em ritmo acelerado. Desta maneira, estamos nos preparando não apenas para manter e ampliar nossa liderança em diversos mercados, como para recuperar nossas margens de operação. ", explica Cardoso.

Em 2011, a Vulcabras/Azaleia prepara mudanças nas estratégias de produção. A companhia implementará um agressivo projeto de ganho de produtividade e redução de custos nas fábricas brasileiras, assim como aumentará a participação das fábricas no exterior, agregando, já no segundo semestre, os primeiros resultados dos investimentos na Índia.

Representado pelas marcas Olympikus e Reebok, o segmento é o mais representativo da empresa e contribuiu com 71,5% da receita operacional bruta no primeiro trimestre de 20111, com crescimento de 8,8% das vendas.

A Olympikus manteve sua liderança no mercado de esportivos (13,0% em volumes). Já a marca Reebok lançou novas e inovadoras tecnologias no mercado. O foco do trimestre foi a comunicação do EasyTone, sucesso no mercado internacional e que foi lançado no Brasil ano passado.

O segmento inclui as marcas Azaleia e Dijean, que durante o trimestre intensificaram a comunicação com o público por meio de novas campanhas, produtos e intensa presença na mídia.
DCI 19.5.11