Com a proximidade da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpico cresce o apetite de investidores pelo mercado hoteleiro no Brasil.
Cerca de 60 empresários estrangeiros manifestaram a intenção em aplicar US$ 1 bilhão no Brasil para aquisição e desenvolvimento de hotéis nos próximos dois anos, segundo levantamento feito pela consultoria Ernst & Young, divulgado em dezembro.
"Alguns hotéis foram comercializados em 2010 e pelo menos uma dezena está em fase de fechamento de negócio, cujos investimentos são provenientes de fundos europeus, principalmente, português e espanhol", afirma Bruno Omori, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Pau (Abih/SP).
A decisão dos empreendedores em apostar no Brasil, além de ter na mira os grandes eventos esportivos, é impulsionada pelo aquecimento da economia brasileira e estabilidade financeira do país. Outro fator que motiva os investidores é que São Paulo precisa de mais hotéis. Para Omori, a demanda faz com que o retorno volte a ser tão atrativo quanto tem sido o investimento em imóveis residenciais.
A capital paulista abriga 42 mil apartamentos e até o ano de 2014 deverá ter um acréscimo de mais 2 mil quartos de hotéis "Atualmente, temos a maior oferta da América do Sul com 430 hotéis na capital e cerca de 2.500 em todo o Estado de São Paulo", diz Omori. O Rio de Janeiro vem a seguir com 25 mil apartamentos e, terceiro lugar, está Buenos Aires, com cerca de 18 mil apartamentos e cerca de 240 hotéis. "Hoje, São Paulo seria a única cidade do Brasil que poderia sediar a Copa", conclui
Ele calcula que, até 2014, São Paulo ganhará ao redor de 2,5 mil novos apartamentos de hotéis. Em quatro anos o Estado deverá ter investimentos de R$ 12 bilhões, dos quais R$ 4,2 bilhões serão absorvidos na capital. "Em torno de R$ 1,2 bilhão será empregado em novos empreendimentos, enquanto o restante será utilizado em reformas", afirma.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) abriu uma linha de crédito com valor inicial de R$ 1 bilhão para reforma e construção de novos hotéis. De março a setembro, o banco contabilizou R$ 610 milhões em pedidos de financiamento. Apesar dos altos desembolsos no setor, Caio Luiz de Carvalho, presidente da São Paulo Turismo (SP Turis), não está tão otimista. "Um hotel padrão cinco estrelas para ficar pronto em 2014 precisa começar a sair do papel hoje. Não temos, em São Paulo, nenhum projeto deste porte em andamento", afirma.
Com a expansão da rede hoteleira, a curva de contratações de funcionários manterá a curva ascendente. Hoje, existem 100 mil profissionais atuando no setor, dos quais 40 mil estão na capital paulista. A estimativa para 2014 é que a capital abrigará 47 mil funcionários, devendo atingir 60 mil no período da Copa. O total do Estado será de 160 mil, com alta de 20% na época dos jogos. (R.C.)
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