quinta-feira, 31 de março de 2011

Sebrae irá viabilizar R$ 79,3 mi em três anos para MPEs

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As pequenas e médias empresas começam a se preparar para aproveitar as oportunidades da Copa do Mundo no Brasil, em 2014, após verificar que as 10 maiores empresas que atuam na área turística brasileira faturaram no ano passado cerca de R$ 43 bilhões e que a previsão do Ministério do Turismo é o setor crescer este ano 16% ante 2010. Empresários de turismo, construção civil, tecnologia da informação, além de quem atua na área alimentícia deverão brigar por uma fatia dos quase R$ 79,3 milhões disponibilizados pelo Serviço de Apoio à Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para os próximos três anos. De olho na realização do evento, o dinheiro busca oferecer 448 oportunidades de negócios para pequenas empresas nas 12 cidades-sede da Copa.

Segundo identificado pela pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a pedido do Sebrae, o estudo apresentado ontem, no Rio de Janeiro, aponta ênfase aos que atuam com agências de viagens emissivas e de receptivo, fornecedores de uniformes, empresas de terraplenagem, restaurantes e outros estabelecimentos de alimentação e bebidas, fora a área de comunicação e internet.
DCI 31.3.2011

quarta-feira, 30 de março de 2011

Copa 2014 gera 448 oportunidades de negócios para pequenas empresas em quatro setores

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Pesquisa do Sebrae aponta quais são os requisitos obrigatórios e classificatórios que devem ser cumpridos para que os empresários possam garantir seu espaço no mercado

Construção civil, tecnologia da informação, turismo e produção associada ao turismo (gastronomia, artesanato, entre outros) são os quatro setores da economia que oferecem 448 oportunidades de negócios para pequenas empresas nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. Os dados fazem parte do Mapa de Oportunidades para as Micro e Pequenas Empresas nas Cidades-Sede, divulgado pelo Sebrae nesta terça-feira (29), no Rio de Janeiro.

De acordo com o mapeamento do Sebrae, encomendado à Fundação Getúlio Vargas (FGV), haverá possibilidades de negócios para pequenos empreendimentos antes, durante e após o evento esportivo. “Nós não estamos pensando apenas no período do evento, mas em todo o período que vai de 2011 até bem depois de 2014”, afirma Luiz Barretto, presidente nacional do Sebrae. Alguns exemplos são as agências de viagens emissivas e de receptivo, fornecedores de uniformes, empresas de terraplenagem, restaurantes e outros estabelecimentos de alimentação e bebidas, comércio de reparação e manutenção de equipamentos de comunicação, empresas de Internet e infraestrutura de TI, produção de artesanato, design de produtos e embalagens, fornecedores de material e mobiliário de escritório, entre outras.

As 448 oportunidades de negócios foram extraídas de uma lista de atividades nas quais essas empresas podem empreender com grande chance de sucesso. Esses segmentos incluem as compras governamentais (com as garantias previstas na Lei Geral da Micro e Pequenas Empresas) e os negócios diretamente com o mercado – que representam a maior parte das oportunidades.

Neste primeiro momento, o levantamento está sendo feito em âmbito nacional. A segunda etapa será a identificação das atividades mais promissoras em cada Estado que sedia a Copa, levando em consideração as aptidões locais. Estão em andamento 14 mapeamentos locais, sendo nove no setor da construção civil – no Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Amazonas, Mato Grosso, Distrito Federal, Ceará e Paraná. Em tecnologia da informação, os mapeamentos ocorrem no Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraná, Distrito Federal e Ceará. Até maio deverão estar concluídos os dados regionais dos quatro setores.

Ainda no primeiro semestre de 2011, serão mapeados mais cinco setores: agronegócio, madeira e móveis, têxtil e confecção, comércio varejista e serviços.

Requisitos listados

O Mapa de Oportunidades aponta quais são os requisitos obrigatórios e classificatórios que devem ser cumpridos para que os empresários possam garantir seu espaço no mercado. Eliminatórios são aqueles sem os quais uma empresa é ou não contratada, normalmente por questões legais, como alvará de funcionamento, nota fiscal, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e Inscrição Estadual. “Nem sempre uma empresa é eliminada por capacitação, muitas vezes falta documentação”, afirma Barretto.

Já os requisitos classificatórios são os que agregam valor à empresa, sendo uma condição diferencial que poderá aumentar as chances de desenvolvimento e exploração dos negócios. São de três tipos: documentação específica (como CREA, certificações ISO), gestão e sustentabilidade. No setor de turismo, por exemplo, contam pontos a favor da empresa o apoio no combate à exploração sexual de crianças e adolescentes e a contratação prioritária de mão de obra de fornecedores locais.

Outro dado relevante do mapeamento é o índice de densidade das empresas nas atividades dos setores. Esse índice oscila entre 0 e 1. Um índice 0,80 significa que, do total de empresas da respectiva atividade econômica, 80% delas são micro e pequenas. No setor de tecnologia da informação, as atividades de rádio têm nível de densidade de 0,82. No turismo, os serviços de guia registram índice de 0,99.

PEGN 30.3.2011

sexta-feira, 25 de março de 2011

Finep anuncia recursos para projetos

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A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) do governo federal vai liberar R$ 100 milhões para projetos de tecnologia da informação (TI) e banda larga relacionados aos eventos esportivos que o Brasil vai realizar nos próximos anos.
A decisão foi anunciada ontem pelo secretário de política de informática do Ministério da Ciência e Tecnologia, Virgílio Almeida, durante seminário promovido pelo Valor.

"Esses eventos são oportunidades para desenvolver tecnologias para o país e avançar no conhecimento científico. A área de ciência e tecnologia é essencial para se alcançar o nível econômico e social que se quer para o Brasil", disse Almeida.

A Finep vai abrir editais para projetos que atendam a um conjunto de diretrizes, disse o secretário. Entre elas, estão a produção de tecnologias que sejam competitivas no mercado externo e a geração de empregos qualificados.

Almeida afirmou que Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) também vai lançar editais para financiar projetos relacionados aos dois eventos esportivos. Valores e datas não foram revelados.

Em paralelo, o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos (Cojo) tem R$ 970 milhões para projetos de TI para a Olimpíada de 2016. Os recursos serão usados em sistemas de processamento e divulgação dos resultados e estatísticas das competições e de gerenciamento das operações de segurança, acomodação e transportes, afirmou o gerente-geral de tecnologia do comitê, Elly Resende. O orçamento total do comitê foi estimado em R$ 5,6 bilhões. "Mas esse número ainda vai mudar", disse Resende. Valor- 25/03/2011(TM)

quinta-feira, 17 de março de 2011

Motéis do Rio voltam ao modelo original

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Cerqueira, dono de motéis: o pernoite é mais barato do que uma diária de hotel

Quando foram criados, lá pelos idos dos anos 1920 nos Estados Unidos, os motéis eram, e ainda são, um tipo de hospedaria, geralmente à beira das rodovias, onde as pessoas podiam chegar de carro, descansar por algumas horas e depois seguir viagem. A palavra motel foi formada pela contração de outras duas da língua inglesa: motor e hotel. Mas no Brasil, sempre que se fala em motel, lembra-se logo de quartos cheios de símbolos eróticos, onde as pessoas se encontram para ter relações sexuais. Mas no Rio, os motéis estão adotando o modelo original.

De olho na crescente demanda, principalmente de executivos, seus proprietários estão gastando entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões em reformas para transformar seus apartamentos em quartos confortáveis para hospedar esse novo público. Após a reforma, a ocupação tem aumentado em até 20%, em alguns motéis.

Hoje, a cidade do Rio tem 180 motéis e pelo menos 30 deles já passaram por reformas parciais ou totais, diz Antonio Cerqueira, vice-presidente do Sindicato de Bares e Hotéis do Rio. Ele tem participação em seis estabelecimentos, dos quais cinco já reformados: o Villa Régia, o Bambina, o Shalimar, o Sinless e o antigo Sunshine, na Ilha do Governador, que por ficar próximo ao aeroporto do Galeão e ser muito procurado por executivos em trânsito, foi rebatizado de Ilha Palace Hotel.

Cerqueira diz que os hóspedes descobriram que podem gastar menos nos motéis. "Eles pagam o pernoite de 10 horas, fecham a conta e voltam na noite seguinte para dormir", diz. "Isso dá uma economia de até 40% no gasto final. Nos hotéis tradicionais é necessário pagar a diária completa."

Mesmo se pagar uma diária, o preço também é menor. Um quarto simples, com garagem coletiva, banheiro privativo, e até hidromassagem em um dos motéis de que Cerqueira é sócio na Avenida Niemeyer, custa em R$ 150 a diária. Preço muito abaixo do praticado pelas grandes redes instaladas na Zona Sul e na Barra da Tijuca, onde a diária custa, no mínimo, por R$ 500.

Mas os motéis não estão deixando de lado seu público fiel que quer privacidade e isolamento. As obras ainda mantêm nos andares mais baixos os quartos privativos com direito a garagem exclusiva. "Os clientes de negócios normalmente chegam de táxi, pegam os elevadores e ficam nos andares mais altos. Procuramos mantê-los em ambientes separados".

Cerqueira conta também que as redes estão investindo em treinamento de pessoal para que o funcionário saiba diferenciar os públicos e atendê-los de forma diferente. "Enquanto existem aqueles que não querem ser notados, há clientes cativos que já chamam os funcionários pelo nome", explica.

Mas não é só nesse novo público que os motéis estão de olho. Com cerca de seis mil quartos disponíveis e um faturamento anual de R$ 440 milhões, eles querem ser incluídos no projeto Olímpico e podem ajudar a cidade a suprir parte da demanda exigida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). No acordo firmado entre a Prefeitura do Rio e o COI está a promessa de se criar mais 20 mil unidades até 2016. Para os donos de motéis, pelos menos seis mil já estariam garantidas.

Leo Pinheiro/Valor 17.3.11